Falar de Bullying no contexto da Guiné-Bissau na minha experiencia como educador, docente
do ensino superior, investigador e gestor educacional na minhas abordgens de
curiosidade,abordei muitos colegas sobre fenômeno (Bullying) a maioria descenhece sendo
algo novo mas colegas manifestam interesse de saber sobre o assunto por que esta presente
no contexto educativo guineense e dificullta o processo de ensino e apredizagem e muitas
vitimas acabam por abandonar escola.
Conceito de bullying
O Bullying é um fenômeno que já ocorre há muito tempo ou anos, porém nos dias atuais, o
Bullying vem se ganhando um assunto muito debatido e conhecido mundialmente mas
desconhecido por alguns educadores e professores guineenses. De acordo com (Olweus 1991,
apud MEDEIROS 2012), o Bullying é uma palavra usada para designar relações de conflito e
agressões mantidos por muito tempo sobre um aluno sem resistência física e psicológica em
diferentes contextos profisionais,escolares ou familiares.
Segundo Moz e Zawadski (2007), o Bullying envolve atos, palavras ou comportamentos
prejudiciais intencionais e repetidos. Os comportamentos são variados, podem ser palavras
ofensivas, humilhação, difusão de boatos, fofocas, exposição ao ridículo, transformação de
bode expiatório e acusações, isolamento, socos, agressões, ameaças, ofensas raciais, étnicas,
de gêneros, entre outros aspectos. O Bullying acontece de forma aleatória.
O Bullying começou a se manifestar de acordo com Quintanilha (2011), através do grande
pesquisador Dan Olweus e seus estudos realizados na Noruega, onde obtiveram bastante
repercussão. Com isso, o governo norueguês atentou seu olhar para essa violência apenas após
o suicídio de três crianças entre 10 e 14 anos.
Que provavelmente foi influenciado por atos de maus tratos dos colegas. O mesmo autor ainda
destaca que após ocorrer este fato, as autoridades norueguesas realizaram no ano de 1993, em
escala nacional, a Campanha Anti-Bullying nas escolas, e após esta campanha houve um índice
reduzido de Bullying e evasão escolar, viabilizando a melhora no desempenho escolar.
De acordo com Vechi (2012), a origem da palavra é de origem inglesa e sem tradução ainda no
Brasil, é utilizada para designar atos violentos no âmbito escolar, profissional e familiar, com o
intuito de causar dor ou desconforto para quem sofre.
Tipos de bullying mais frequentes na Guiné-Bissau
Existem diferentes tipos de bullying na guiné-bissau os principais são o verbal, que é
manifestado através de apelidos, xingamentos, insultos; o físico, quando há empurrões, socos,
chutes, beliscões, tapas; o moral, quando ocorrem difamações, calúnias ou disseminação de
rumores; o psicológico.
De acordo com Hoertel (2013) os Bullying mais encontrados são:
Moral ou sentimental: Este tipo é muito parecido com o verbal, porém as principais diferenças
são que, neste, não existem provocações, somente apelidos que atacam diretamente o lado
emocional da vítima. Psicológico: é uma variação de verbal e moral. Pode fazer com que a
pessoa sempre pareça culpada, onde os agressores fazem de tudo para prejudicar a vítima.
Neste tipo de Bullying, podem acarretar na vítima, problemas como depressão e mania de
perseguição.
Físico: Traz danos físicos à vítima, onde o agressor bate, puxa cabelo, belisca, morde, prende a
pessoa em algum lugar, ou realiza algum outro ato violento por um pequeno motivo ou sem
motivo nenhum.
Verbal: É o mais comum e mais difícil de ser identificado. São as famosas
piadinhas, gozações, apelidos, ameaças e fofocas. A diferença entre uma brincadeira e o
Bullying, é que na brincadeira todos se divertem, e no Bullying o alvo das piadas sofre.
Material: É o ato de esconder, sujar, rasgar, estragar, danificar os pertences da vítima.
Sexual: Este é mais comum com as meninas. Um caso muito comum neste tipo, é quando a
vítima está alcoolizada, ou de alguma forma indefesa.
Virtual ou cyberbullying: É feito através da internet, podendo ser feito através de um perfil falso ou anônimo. Pode ser uma ameaça,uma zombação direto com a vítima, fofocaem grupos de pessoas, entre outros. Atualmente com a tecnologia sendo usada pela maioria das pessoas, o cyberbullying vem acontecendo com mais frequência.
Bullying é um padrão de comportamento agressivo caracterizado por repetidas agressões
contra uma vítima vulnerável, ocorre no ambiente escolar desde o início da escola, como afirma
FANTE (2012). Por isso, é preciso detectar as causas deste fenômeno e como ele ocorre dentro
da escola, para que possamos buscar formas de prevenção e de tratamento às consequências já
existentes.
Segundo Fante (2005) o bullying é definido como: “um conjunto de
atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem
motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s),
causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos
cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas,
atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de
outros, levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do “comportamento bullying” (p. 28 e 29).
Bullying compromete a aprendizagem de muitos alunos na Guiné-Bissau?
De acordo com FANTE (2005), a criança que é submetida às agressões que caracterizam o
fenômeno bullying pode ter sérios transtornos psicossomáticos levando-a a ter bastante
dificuldade para superar esse “trauma”. O bullying em si, cria uma série de barreiras e
dificuldades ao vitimado, como a de se expor sua opinião em sala de aula, não interagir com
colegas e professores.
Com isso a atuação da equipe escolar e dos pais frente às práticas de bullying na escola deve ser uma constante. Fante (2005) afirma que durante o período escolar, a maior preocupação com o aluno vitima de bullying é a queda do rendimento escolar, assim com a baixa auto-estiam e a dificuldade, pois isto altera significativamente a capacidade natural de socialização, resultando no isolamento social do individuo, e até mesmo no seu desenvolvimento social futuro.
E importante que haja sensibilidade para reconhecer as práticas de bullying, não é uma ação fácil, mas também não é impossível. É preciso que a equipe escolar esteja atento sobre o processo de organização dos grupos de estudante, buscando estratégias de combate ao bullying, antes mesmo que essa prática cause diversos transtornos para a vítima. Concordando com esta ideia Silva (2010, p. 139) fala que “essa responsabilidade escolar deve ser compartilhada com os pais e familiares dos alunos por meio de palestras, indicações de livros e filmes, divulgação de textos por e-mail, distribuição de cartilhas, desenvolvimento de projetos artísticos que premiem o combate ao ciberbullying”.
Nesta perspectiva Neto (2011, p.15) cita que “os professores e gestores queixam-se
frequentemente do comportamento dos estudantes, embora não consideram o impacto que
suas atitudes possam ter sobre o ambiente escolar”. É a realidade fala-se dos maus
comportamentos dos alunos mas não consideram o impacto que suas atitudes possam ter
sobre o ambiente escolar.
O papel dos pais
É fundamental que haja acompanhamento por parte dos pais no contexto em que a criança se
encontra. É preciso descobrir que as crianças costumam se influenciar pelas atitudes dos pais e
dos adultos que normalmente convivem com eles, as crianças com tudo que esta ao seu redor.
Então, um caminho adequado é demonstrar o respeito e mostrar a eles que é possível conviver
com as outras pessoas de forma saudável e respeitoso.
Tambem palavrões e insultos também é um comportamento que deve ser evitado pelos pais.
O primeiro passo para o combate ao bullying é levá-lo a sério, pois não se trata de uma
brincadeira inocente entre colegas de escola. As agressões físicas, mentais, psicológicas ou
eletrônicas são carregadas de raiva, que precisam ser combatidas para evitar o
comprometimento do desenvolvimento e aprendizagem das vítimas.
Nesse contexto, é de grande importância que os pais acompanhem de perto seus filhos, para
que consigam estar atentos aos diferentes tipos de comportamento ou bullying que seus filhos
podem estar sofrendo ou praticando contra outro individuo.
Recomendações para prevenir e combater a prática de bullying na Guiné-Bissau
- Capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão,
prevenção, orientação e solução do problema; - Implementar e disseminar campanhas de educação, conscientização e informação;
- Instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da
identificação de vítimas e agressores; - Dar assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores;
- Integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e a sociedade, como forma de
identificação e conscientização do problema e forma de preveni-lo e combatê-lo; - Promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros,nos marcos de uma
cultura de paz e tolerância mútua; - Evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e
instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de
comportamento hostil; - Promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência,
com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação sistemática (bullying), ou constrangimento físico e psicológico, cometidas por alunos, professores e outros profissionais integrantes de escola e de comunidade escolar.
Considerações finais
Diante do que foi apresentado, pode-se dizer que o caminho para uma educação de qualidade
na infância é o educador está consciente de seu papel em sala de aula, e criar mecanismos para
que esse tipo de violência não seja cometido dentro das escolas.
A ação ocorre através de ameaças, chantagem, agressões físicas constrangendo a vítima diante
de outras pessoas. O bullying tem como atores os agressores, vítimas e testemunhas, cada um
tem um papel diferente, mas todos sofrem consequências negativas no processo de
aprendizagem.
Enfim, as consequências ocasionadas pela prática do bullying: a tristeza prolongada, perda de
confiança e amigos, dificuldades de concentração e aprendizagem nas aulas, desinteresse e/ou
desistência da escola, notas baixas, falta às aulas, por terem medo, falta de afeto, desmotivação
para ir à escola, traumas, agressividade, frustração, falta convivência social, depressão, revolta
e suicídio, advindas das relações se vive na família, na escola, na sociedade e com programas
televisivos que as crianças assistem.
Professor Doutorando Filipe Có
Educador, Docente do Ensino Superior, Investigador e Escritor.
Email.filibania@gmail.com